sábado, 31 de outubro de 2009

O Corredor Amador - IV

Vamos falar, com mais detalhes, sobre um dos “gadgets”. Na edição II comentei sobre os custos pra correr e, entre eles, citei alguns.

O primeiro “brinquedinho” a ser adquirido é o freqüencimetro. Nada mais é que um relógio com cronometro que lê a freqüência cardíaca de teu corpo. Como? Você coloca uma fita elástica com um aparelhinho no meio dela em teu peito, logo abaixo dos seios. Por ondas de rádio, o relógio capta os batimentos cardíacos por minuto (bpm) e te apresenta no visor. Essa informação é muito importante para saber como teu coração está se saindo durante o exercício. Conforme a idade e condição física, existem limites seguros de BPM para cada fase da corrida.

A conta mais comum é (220 – Idade = BPM Máximo). Depois de calcular os BPM máximos procura-se a zona alvo de BPM, em função dos objetivos de cada treino:

1 - Queima de gordura corporal: (Para iniciados) - 60% a 70% dos BPM máximos;
2 - Treino aeróbico: (Nível intermédio) - 70% a 80% dos BPM máximos;
3 - Melhoria Cardiovascular: (Atletas regulares) - 80% a 90% dos BPM máximos.

O teste espiroergométrico tem condições de avaliar teus limites com mais precisão. Consiste num teste de esteira, simulando várias condições de corrida, com monitoramento da capacidade respiratória. É aquele que mostram nos programas esportivos quando os jogadores de futebol estão fazendo os treinos físicos no início de temporada, correndo numa esteira com um tubo na boca. Se você tem convênio médico que cobre este tipo de exame, vale a pena pedir para teu médico incluí-lo no próximo check-up.

Portanto, quando estamos correndo é importante verificar os BPMs. Se estamos dentro das zonas previstas significa que nosso coração está “segurando a onda”. Com o tempo e muito treino, você vai conseguir correr mais rápido com BPMs mais baixos, isto é, sem tanto esforço cardíaco. Quer dizer que você melhorou teu condicionamento físico. Mas, existem limites. Não vá achando que se “puxar” mais um pouco, vai acelerar o processo de melhoria física. Só vai te cansar mais, sem agregar nada. O importante é conhecer os limites de teu corpo e saber aproveitá-los.

Quando comecei meus treinos de corrida tinha só um relógio com cronômetro. Nem sabia como estava minha freqüência cardíaca!! Uns 2 meses depois, na 1ª assinatura da O2 tinha um freqüencimetro da Oregon de brinde. Aí pude acompanhar melhor meus treinos. Decidi não investir muito até ter certeza que continuaria correndo.

Logo em seguida, percebi que precisava verificar se meus tempos tinham melhorado, sem precisar fazer sempre o mesmo percurso. Aliás, precisava saber qual era a distancia percorrida! Usando a ferramenta “régua” do Google Earth pude medir as distancias percorridas em minhas corridas. Assim, comecei a acompanhar minha velocidade média e meu “pace”, isto é, em quanto tempo (média) fazia um quilometro (km).

Pesquisando na Internet, encontrei os sites Webrun (www.webrun.com.br) e MapMyRun (www.mapmyrun.com). Ambos servem para acompanhar teus treinos e percursos. Eu uso o MapMyRun, principalmente, por poder mapear os percursos feitos ou futuros no Google Maps, inclusive com elevações. Lanço as informações da corrida e associo a um mapa já feito. Com essas informações, o site calcula as calorias, velocidade e pace, mantendo tudo guardado em meu “login”. Posso acompanhar meus treinos e provas já realizados. Também o utilizo para lançar o percurso de alguma nova prova, passando a estudar a melhor estratégia.

Depois de algum tempo, o Oregon começou a dar problemas de interferências nas marcações de BPMs. Meu local de treino regular é no Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, que vem a ser um aeroporto para pequenos aviões e helicópteros. Mesmo caminhando, o relógio disparava para 240 bpm, depois reduzindo de 10 em 10, até zerar. Vai entender!

Em agosto deste ano, a filha de amigo meu, corredor também, foi passear nos EUA. Decidi que era a hora de investir um pouco mais. Pedi pra trazer um Garmin 450. Este freqüencimetro é mais sofisticado, pois tem GPS. Além disso, ele tem um programa a ser instalado no computador que te permite, além de “baixar” as informações da corrida (tempo, pace, percurso, distâncias, bpm, etc.), programar os treinos futuros e passa-los pro relógio. Tem, até, um “companheiro virtual” programado pra correr de acordo com o treino previsto, avisando se você tem que acelerar ou abrandar. Agora posso sair por aí correndo, sabendo quantos Km já fiz. O bacana é que o MapMyRun importa direto do Garmin as informações das corridas. Ah, e o Garmin tem um site próprio que faz, mais ou menos, o mesmo acompanhamento que o MapMyRun.

Quanto custa esta brincadeira? Bem, tem freqüencimetros a partir de R$ 100, sendo a Polar a marca mais vendida no Brasil. Com GPS, além do Garmin 305 e 405, tem, também, modelos da Polar. Nos EUA, o Garmin está na faixa de US$ 350, dependendo do imposto de cada Estado. Aqui, varia de R$ 1.300 a R$ 1.800.

E aí, qual é teu tempo?

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