segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Corredor Amador – IX

Provas são muito diferente dos treinos?
Sim, muito.
Como dizia Didi, gênio do futebol e criador da folha seca (se não sabe o que é, deixa pra lá!), não o cara dos Trapalhões: "treino é treino, jogo é jogo". Profundo, né?
Mas é verdade. Simples, porém correto.
Você segue as planilhas de treino, sejam de revistas, sejam do treinador. Não sei pra você, mas pra mim, tem vezes que é um sacrifício danado fazer o treino programado. Mas vou lá, faço e me sinto satisfeito, com o dever cumprido, de bem com a vida. No final, foi legal o treino. O problema é vencer a inércia (preguiça) inicial.
Eu treino sozinho, normalmente no bairro em que moro, corro ao redor do Campo de Marte e Santana. Bem cedo. É meio chato, mas é assim mesmo. De vez em quando consigo marcar com Sergio Gomes para treinar na USP ou no Ibirapuera.
Quando muito, vou no sábado cedo no Parque Villa Lobos, Telma e os meninos alugam bicicletas enquanto faço meu treino longo.
Meu desafio nos treinos é melhorar os tempos programados. Nem sempre consigo, principalmente nos treinos de velocidade. Esse treino é o mais difícil. Mas vou lá e tento atingir o previsto. Dou umas paradas para recuperar um pouco do fôlego, afinal não sou mais nenhum menino, e continuo.
Nos treinos longos tem momentos que dá vontade de parar, o cansaço pega, mas vejo outros corredores e continuo firme. Não desisto, diminuo um pouco o ritmo, mas não paro.
Agora, em provas é diferente. Não que eu vá para ganhar ou ficar entre os primeiros. Longe disso.
Mas, ficar no vuco-vuco da largada dá uma injeção de adrenalina muito legal. Você treinou, tem um tempo programado a ser cumprido, mentalizou o trajeto, um monte de gente de teu lado. Você precisa mostrar a você mesmo que os treinos valeram a pena, o sacrifício de correr sozinho, acordar cedo ou deixar de fazer alguma coisa para poder treinar, não foi em vão. Nessa prova você vai melhorar teu tempo, ou concluir em bom estado, ou seja lá o que foi que você se propôs.
A organização da prova, a camiseta, a medalha, o chip no tênis, pegar a água nos postos, tudo é muito legal e especial. Aquela multidão tão louca, ou mais, quanto você.
A preparação na noite anterior. Separar o par de tênis, a roupa, tudo que você precisa. A sensação é muito boa.
O desafio. Sempre tem que ter um desafio. É isso que nos move, nos empurra, nos faz viver.
Seja na corrida, no futebol, no truco, no poker, no trabalho, na vida. Desafio, você contra você. Mais ninguém. Sem truques ou golpes baixos. Você e o asfalto. Teu cronometro, o juiz.
Vai lá, vai pra rua. Se desafie!!!!




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